A sociedade está
enferma. As pessoas padecem, faltam-lhes ar respirável e justiça. O corpo
doente cambaleia, precisa parar... O corpo social se paralisa. Greve geral declara
a carne em definhamento. Convulsionam-se os membros e as instituições. Cai o
governo, desgovernam-se. As bocas rosnam e babam insanidade. Os olhos embotados de lágrimas e horror. Espalha-se o câncer e a violência. A Ordem oprime, desvia
a atenção, dispersa, falseia. Estancam-se os fluxos sanguíneos, fundem-se os órgãos em
massa disforme. Desordenam-se as estruturas psíquicas e coletivas em revolução.
Guerreiam as células e funções, as ideologias da vida e da morte. Regurgita-se
a má consciência. Cessam-se as atividades motoras. Transpira de medo, grita e
chora o corpo febril e distinto em sua auto incubação. O corpo atado pelo
Poder se quebra, se desconstrói, se desmonta, se reata, se refaz, renasce de si
mesmo. Novamente Corpo-Ser. Atravessou a linha, o devir... o pós-humano, o pós-capitalismo. A morte do que
tem que morrer é lei. Exorciza-se, extirpa-se o putrefato, arde em febre e
delira até revelar a cura na doença!
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