terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Novo mandamento

Não  pedirás!
O amor não pode ser pedido.
É irmão da morte, certo e inesperado.
Se faz no acaso e só se pronuncia
Na surpresa...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Anti-Ode ao Recife

Uma meia noite de lua ausente,
O beco e o mangue,
Os homens crustáceos,
Pele dura olhos de mar.
A pedra e o sal.
O passado no chão, casarões velhos com raízes,
E todos os sinais do Tempo, morto e vivo.
O lixo na rua e o passo dos Desumanizados nas calçadas.
Os ditos cidadãos de bem trancam as portas.
E no medo se armam de ódio ou indiferença.
Enquanto isso de lupas vermelhas espreita a Violência.
A carne será ferida! E a sede não se calará!
Reina mais fácil a desordem transvestida de ordem.
Pois suas leis são simples e brutais,
Anestesiam o sentimento de injustiça.
E a longo prazo incitam a vontade de dominação
Até mesmo nos mais fracos.
O que será da Palavra quando se instaurar o governo dos punhos?