segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Segunda-feira

O sol nasce emburrado e a Terra só gira por obrigação. Adeus tempo livre, chegou o tempo escravidão. Abro os olhos de concreto e levanto ainda com gosto de domingo na memória. Visto-me de função para encarar a labuta desse cotidiano mandão. Viro mais uma peça do sistema, gira engrenagem meio enferrujada. Toca o sinal, bate cartão, o relógio se impõe contra o desejo. O corpo se transforma em máquina, tempo é dinheiro. Resisto, reclamo, cuspo canivete! Aguardo um tempo de revolução, onde o trabalho, enfim, não seja mais opressão. 

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