sexta-feira, 22 de abril de 2016

Souvenir

Parte tua que passa a ser minha.
Capturada em flagrante, em caça ao real.
a imagem tirada de ti passa a ser teu ideal,
teu duplo, o que fostes por um único instante
e não tornaras a ser novamente, mas tornaras
a um outro ser...de novo e de novo e sempre.
Somente tua imagem permanecera idêntica
a ti mesmo, imóvel e sem tempo, sempre apenas si mesma.
A beleza tumular da fotografia, coleção de instantes mortos,
revividos nas retinas esperançosas da memoria viva.
Um sopro quente do passado que trás saudade ou culpa,
mas também trás a satisfação triste de quem ali viveu e morreu
em um segundo ínfimo e incompreensível do tempo.

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