As
práticas políticas, desde as cotidianas até as institucionais, não se fundão
apenas em ideias, conceitos e formas de pensar, mas também em sentimentos,
afetos que guiam nossos comportamentos e posicionamentos. Nossas formas de entender
o mundo e agir sobre ele partem tanto do racional quando do emocional, não há
como separa-los totalmente. Qualquer sistema autoritário, ditatorial (mesmo que
se disfarcem com outros títulos) se constroem pelo Ódio, pela negação da diferença
e pela aniquilação do Outro. Pois sendo um sistema fechado sobre si mesmo e
sobre seus conceitos preestabelecidos, avesso a mudanças e a crítica, acaba
substituindo o diálogo pela imposição, o acordo pela violência, a diversidade
pela massificação e o conhecimento pelo dogma. Em uma democracia (e isso é um pressuposto
que dede orientar sua construção), o afeto que deve preponderar é o Amor, pois
esse exige necessariamente uma abertura ao Outro, uma aceitação amigável da
diferença. Quando pensamos em direitos sociais, temos que garantir o direito de
todos, quando um direito é negado (mesmo que não me atinja diretamente) abre-se
um pressuposto, uma ameaça de que o meu também poderá ser negado, por isso não
pode haver democracia sem participação coletiva. Quando determinado setor da
sociedade apresenta um problema o caminho para resolução tem de ser o diálogo
para a construção de acordos, quando isso não acontece corre-se o risco de se
cair no autoritarismo e passa-se a odiar o que não se busca entender.
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