domingo, 13 de novembro de 2016

Os afetos políticos

As práticas políticas, desde as cotidianas até as institucionais, não se fundão apenas em ideias, conceitos e formas de pensar, mas também em sentimentos, afetos que guiam nossos comportamentos e posicionamentos. Nossas formas de entender o mundo e agir sobre ele partem tanto do racional quando do emocional, não há como separa-los totalmente. Qualquer sistema autoritário, ditatorial (mesmo que se disfarcem com outros títulos) se constroem pelo Ódio, pela negação da diferença e pela aniquilação do Outro. Pois sendo um sistema fechado sobre si mesmo e sobre seus conceitos preestabelecidos, avesso a mudanças e a crítica, acaba substituindo o diálogo pela imposição, o acordo pela violência, a diversidade pela massificação e o conhecimento pelo dogma. Em uma democracia (e isso é um pressuposto que dede orientar sua construção), o afeto que deve preponderar é o Amor, pois esse exige necessariamente uma abertura ao Outro, uma aceitação amigável da diferença. Quando pensamos em direitos sociais, temos que garantir o direito de todos, quando um direito é negado (mesmo que não me atinja diretamente) abre-se um pressuposto, uma ameaça de que o meu também poderá ser negado, por isso não pode haver democracia sem participação coletiva. Quando determinado setor da sociedade apresenta um problema o caminho para resolução tem de ser o diálogo para a construção de acordos, quando isso não acontece corre-se o risco de se cair no autoritarismo e passa-se a odiar o que não se busca entender.  

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