Ao
longo do dia, nas horas de tédio, sacava disfarçadamente o celular do bolso e
acionava o tal aplicativo. Uma espécie de correio elegante moderno que lhe
prometia encontros, flertes, tudo aquilo que sua vida atarefada e reclusa lhe
negava. Talvez até encontrasse algum tipo de amor, liquido que fosse! Fantasiava
com as fotos que surgiam. E ao ver as muitas combinações que havia feito, mesmo
sem nunca ter encontrado pessoalmente nenhuma delas, quase se sentia o
conquistador que nunca fora. Ilusão virtual! Mas quando a tela lhe dizia: Não
há ninguém perto de você. Ele levantava a cabeça e a multidão que lhe rodeava
parecia mais inacessível que as fotos que colecionava. A verdade desse
aplicativo não está no que ele promete, mas no que disfarça. Inventaram aplicativos para encontros porque
os para solidão já nasceram acoplados irremediavelmente ao nosso peito.
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