Olha só como são avançados esses
norte-americanos. Sempre querem ser os primeiros em tudo! Veja essa agora: Com
inveja dos norte-coreanos quiseram lançar moda global. Elegeram o presidente
mais estúpido e reacionário do planeta! Do tipo que mete inveja em ditador fascista, fanático do Estado Islâmico e até neonazista! Querem sempre estar
na vanguarda do mundo, de um jeito ou de outro. Empreendedores da liberdade de enriquecer. Mas nós aqui no Brasil não deixamos por menos e fizemos nossa parte. Agente aqui
também é primeiro mundo porra! tá pensando o que?! Temos nossa colaboração com a civilização
ocidental. Por isso não ficamos atrás nas tendências mundiais e elegemos um
presidente ainda mais estúpido e reacionário que eles! Ora como não?! Aqui é Brasil acima de tudo! Tá OK?! Com nosso mito ninguém pode!
Discursou o Rinoceronte
no palanque. E todos do bando concordaram prontamente balançando suas tradicionais bandeiras da pátria.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
Tempo de Medo
A liberdade é o oposto do medo! Penso em todas as grandes obras
cinematográficas que marcaram minha sensibilidade ao longo de minha vida até
hoje. Obras de arte que me ensinaram sobre a história do meu país e sobre a
crueldade humana, o autoritarismo, o fascismo, o Estado que devia ser a vontade
do povo se voltando contra ele, brutal e insensível, uma máquina de tortura e
extermínio. Lembro de cenas de filmes como: O que é isso companheiro, Terra em
Transe, Barra 68, Que bom te ver Viva, Eles não usam Black Tie, Marighella,
Cabra Cega, Batismo de Sangue. Belos e tristes filmes! Durante muito tempo tudo
isso parecia ser o passado vencido, mas logo percebi, utilizando a formula de
um velho amigo barbudo, que a História se repete...
Hoje tenho medo do
amanhã, me imagino como um dos personagens reais desses filmes, vidas destruídas pela
perseguição política, pela injustiça, pela violência, pela prisão, pela
tortura. Poderei ser eu um guerrilheiro como Marighella? Executado
pela polícia. Ou como os grevistas presos do filme Eles não usam Black Tie, ou
os frades torturados em Batismo de Sangue, ou os estudantes perseguidos e
presos do documentário Barra 68? Terei eu a coragem que eles tiveram? Não tenho
pretensões de ser herói, mas valeria a pena viver subjugado?
As primeiras ameaças soaram como uma
piada de mal gosto ditas por um palhaço lunático com máscara de Bozo para
esconder sua fome de poder. Impossível levar a sério! Mas elas continuaram, e
outras vozes a ele se somaram, até que quando menos se esperava uma turba de
ódio se formou e agora está a bradar em nossas portas. Em busca de uma caça às
bruxas, de um inimigo comum, de um mal inventado que justifique o ódio dos
homens de bem frustrados, que tem sede de sangue! O fascismo se transveste de
ridículo para que os desavisados não acreditem nos anúncios da barbárie. Quem deverá pagar pelos erros coletivos, pelo
fracasso do pacto social, pelas ilusões do progresso, se não os mais fracos e
aqueles que nunca se conformaram mesmo quando tudo parecia bem?
Minha cabeça pesa de pensar nas
conjecturas sombrias, nas análises labirínticas dos especialistas e dos
populares, nas possibilidades que se apresentam a minha imaginação pessimista,
envenenada, delirante. Que já não sabe se o tempo passou ou voltou. Lutei
contra! mas me enganei com o absurdo, e a política do medo se alastrou por toda
parte como moscas da má consciência que enfestaram meu quintal! Tento
resistir... o espírito deve criar anticorpos! A doença traz a cura! Mas tenho
medo... não posso... não devo negar... É meu, é parte de mim! Devo
transforma-lo, como esses filmes fizeram em mim. Ou há resistência maior do que
falar, lembrar?
Que o passado,
no agora certo, seja revivido como coragem e não como medo.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Quando me perguntam da vida eu digo que nada pode ser feito
Faça alguma coisa ou então não faça nada.
Mas ao não fazer nada não lamente o não feito, ele sempre existirá. Faça então
outra coisa, ou pode fazer o mesmo. Fazer o mesmo é como uma força
gravitacional, nos puxa, nos prende e se repete, nunca perca tempo tentando contar quantas vezes! Mas as vezes escapamos, saindo pela tangente ou caindo, e ai
fazemos diferente. E muitas vezes fazemos sem saber que estamos fazendo. E até
quando decidimos não fazer nada, que é uma opção filosoficamente instigante, algo acaba sendo feito! E quando algum estranho esbarra em você sem querer. E ai...ai quando
você menos percebe já ta feito...!
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