Uma
meia noite de lua ausente,
O
beco e o mangue,
Os
homens crustáceos,
Pele
dura olhos de mar.
A
pedra e o sal.
O
passado no chão, casarões velhos com raízes,
E
todos os sinais do Tempo, morto e vivo.
O
lixo na rua e o passo dos Desumanizados nas calçadas.
Os
ditos cidadãos de bem trancam as portas.
E no
medo se armam de ódio ou indiferença.
Enquanto
isso de lupas vermelhas espreita a Violência.
A
carne será ferida! E a sede não se calará!
Reina
mais fácil a desordem transvestida de ordem.
Pois
suas leis são simples e brutais,
Anestesiam
o sentimento de injustiça.
E a
longo prazo incitam a vontade de dominação
Até
mesmo nos mais fracos.
O que será da Palavra quando se instaurar o governo
dos punhos?